quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Um encontro pela paz

Aproveitamos o último dia do ano e o Dia Mundial da Paz que se aproxima para uma última postagem! No dia 12 de dezembro, vários ganhadores do Nobel da Paz se encontraram para pedir um mundo sem violência e compartilhar suas ideias, na 14ª Cúpula Mundial de Agraciados com o Prêmio Nobel da Paz. Estavam presentes o líder espiritual tibetano Dalai Lama; o último presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev; o arcebispo da Igreja Anglicana e herói contra o apartheid na África do Sul, Desmond Tutu; o ex-presidente do Timor-Leste José Ramos-Horta; a advogada iraniana Shirin Ebadi; a jornalista iemenita Tawakkul Karman; o ex-presidente polonês Lech Walesa; os ativistas Leymah Roberta Gbowee (Libéria) e Jody Williams (EUA); e Mairead Maguire, David Trimble e Betty Williams, da Irlanda do Norte.

O homenageado da noite foi o falecido presidente da África do Sul Nelson Mandela, cujo legado de não-violência foi lembrado pelo papa Francisco. O pontífice ainda disse que "no coração de todos os homens e mulheres está o desejo de uma vida plena em paz", e que este sentimento de fraternidade cresce na relação com os outros.

Dalai Lama pede que pensemos em comunidade, afastando a ideia de individualismo que “vai contra a humanidade”. E solicita compromisso, pois, segundo ele, “o sentimento de compromisso é a base da paz", dirigindo a missão especialmente aos jovens.

A situação dos refugiados e imigrantes também foi um tema importante do encontro. Leia mais nesta reportagem: http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=1520285


Em 2014 a página Não-violência ativa começou a mostrar exemplos e referências de atitudes reais e possíveis pela paz. Concordamos com o líder tibetano, quando diz que o compromisso é a base da paz, e acreditamos que esse compromisso precisa ser continuamente retomado. Nosso intento, com os exemplos mostrados, é dar força para essa retomada, mostrando que a não violência não significa passividade e que responder à violência com violência não é o único caminho possível. Desejamos que essa página possa servir de esperança e coragem nesses nossos tempos e pretendemos seguir juntos ano que vem. Um 2015 de paz a todos!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Malala Yousafzay e Kailash Satyarthi recebem formalmente o Nobel da Paz

O indiano Kailash Satyarthi e a paquistanesa Malala Yousafzay receberam formalmente nesta quarta-feira (10) o prêmio Nobel da Paz de 2014 dado aos dois em outubro por "sua luta contra a supressão das crianças e jovens e pelo direito de todos à educação".


A seguir, leia o discurso de Malala feito durante a cerimônia de entrega do prêmio.
(Tradução de Carlos Alberto Bárbaro)

Bismillah hir Rahman ir rahim. Em nome de Deus, o mais misericordioso, o mais benévolo.
Excelentíssimas majestades, ilustres membros do Comitê Nobel Norueguês, queridos irmãos e irmãs, hoje é um dia de grande felicidade para mim. Aceito com humildade a escolha do Comitê Nobel em me agraciar com este precioso prêmio.
Obrigado a todos pelo apoio e amor permanentes. Sou grata pelas cartas e cartões que continuo a receber de todas as partes do mundo. Ler suas palavras amáveis e encorajadoras me fortalece e inspira.
Queria agradecer a meus pais por seu amor incondicional. Agradecer a meu pai por não cortar minhas asas e me deixar voar. Obrigado, mamãe, por me inspirar a ser paciente e falar sempre a verdade — que acreditamos vigorosamente ser a verdadeira mensagem do Islã.
Muito me orgulha ter sido a primeira pachtun, a primeira paquistanesa e a primeira adolescente a receber este prêmio. E tenho a certeza absoluta de ser também a primeira pessoa a receber um Nobel da Paz que ainda briga com seus irmãos mais novos. Eu quero que a paz se espalhe por todos os cantos, mas meus irmãos e eu ainda estamos trabalhando nisso.
Muito me honra também dividir este prêmio com Kailash Satyarthi, que vem lutando pelos direitos das crianças já há muito tempo. Na verdade, pelo dobro do tempo que já vivi. Fico feliz também por estarmos aqui reunidos demonstrando ao mundo que um indiano e uma paquistanesa podem conviver em paz e trabalhar em prol dos direitos das crianças.
Queridos irmãos e irmãs, recebi meu nome em homenagem à pachtun Joana D’Arc, Malalai de Maiwand. A palavra Malala significa “enlutada”, “triste”, mas, tentando imbuir um pouco de alegria a ela, meu avô iria sempre me chamar de “Malala — a garota mais feliz deste mundo”, e hoje estou muito feliz de estarmos aqui reunidos por uma causa importante.
Este prêmio não é só meu. É das crianças esquecidas que querem educação. É das crianças assustadas que querem a paz. É das crianças sem direito à expressão que querem mudanças.
Estou aqui para afirmar os seus direitos, dar-lhes voz… Não é hora de lamentar por elas. É hora de agir, para que seja a última vez que vejamos uma criança sem direito à educação.
Tenho percebido que as pessoas me descrevem de várias maneiras.
Algumas se referem a mim como a menina que foi baleada pelo talibã.
Outras, como a menina que lutou por seus direitos.
Outras, agora, como “a Prêmio Nobel”.
No que se refere a mim, sou apenas uma pessoa dedicada e teimosa que quer ver todas as crianças recebendo educação de qualidade, que quer a igualdade de direitos para as mulheres e que quer que haja paz em todos os cantos do mundo.
A educação é uma das bênçãos da vida — e uma de suas necessidades. Essa tem sido a minha experiência pelos dezessete anos em que vivi. Em minha casa, no vale Swat, no norte do Paquistão, eu sempre adorei a escola e aprender coisas novas. Lembro-me que quando minhas amigas e eu enfeitávamos nossas mãos com hena para as ocasiões especiais, em vez de desenhar flores e padrões nós pintávamos as mãos com fórmulas e equações matemáticas.
Tínhamos sede de educação porque o nosso futuro estava bem ali, naquela sala de aula. Nós sentávamos e líamos e aprendíamos juntas. E amávamos vestir aqueles uniformes escolares limpos e bem passados e sentar ali com grandes sonhos em nossos olhos. Queríamos que nossos pais se orgulhassem de nós e provar que poderíamos nos destacar nos estudos e realizar algo, o que algumas pessoas pensam que somente os meninos podem fazer.
Mas as coisas mudam. Quando eu tinha dez anos, Swat, que era um recanto de beleza e turismo, de repente se transformou em um lugar de terrorismo. Mais de quatrocentas escolas foram destruídas. As meninas foram impedidas de frequentar a escola. As mulheres foram açoitadas. Pessoas inocentes foram assassinadas. Todos sofremos. E os nossos belos sonhos se transformaram em pesadelos.
A educação passou de um direito a um crime.
Mas com a mudança repentina de meu mundo, minhas prioridades também se modificaram.
Eu tinha duas opções, a primeira era permanecer calada e esperar para ser assassinada. A segunda era erguer a voz e, em seguida, ser assassinada. Eu escolhi a segunda. Eu decidi erguer a voz.
Os terroristas tentaram nos deter e atacaram a mim e a minhas amigas em 9 de outubro de 2012, mas suas balas não podiam vencer.
Nós sobrevivemos. E desde aquele dia nossas vozes só fizeram se erguer mais altas.
Eu conto a minha história não porque ela seja única, mas principalmente porque não é.
Hoje, eu conto as histórias delas também. Eu trouxe comigo para Oslo algumas das minhas irmãs, que compartilham esta história, amigas do Paquistão, Nigéria e Síria. Minhas valentes irmãs, Shazia e Kainat Riaz, que também levaram tiros comigo naquele dia em Swat. Elas também passaram por esse trauma trágico. Também a minha irmã Kainat Somro, do Paquistão, que sofreu violência e abuso extremos, até mesmo seu irmão foi assassinado, mas não sucumbiu.
E há meninas comigo que eu conheci durante minha campanha do Fundo Malala, que agora são como minhas irmãs. Minha corajosa irmã Mezon, da Síria, de dezesseis anos, que atualmente vive na Jordânia, em um campo de refugiados, indo de tenda em tenda para ajudar meninas e meninos a aprender. E minha irmã Amina, do norte da Nigéria, onde o Boko Haram ameaça e rapta meninas simplesmente por elas quererem ir para a escola.
Embora na aparência eu seja uma menina, uma pessoa com um metro e cinquenta e sete de altura, contando com os saltos altos, eu não sou uma voz solitária, eu sou muitas.
Eu sou Shazia.
Eu sou Kainat Riaz.
Eu sou Kainat Somro.
Eu sou Mezon.
Eu sou Amina.
Eu sou aquelas 66 milhões de meninas que estão fora da escola.
As pessoas gostam de me perguntar por que a educação é importante, especialmente para as meninas. A minha resposta é sempre a mesma.
O que eu aprendi da leitura dos dois primeiros capítulos do Alcorão Sagrado foram as palavras Iqra, que significa “leitura”, e nun wal-qalam que significa “pela caneta”.
Assim, como eu disse no ano passado nas Nações Unidas: “Uma criança, um professor, uma caneta e um livro podem mudar o mundo.”
Hoje, em metade do mundo testemunhamos acelerado progresso, modernização e desenvolvimento. No entanto, há países onde milhões ainda sofrem dos antiquíssimos problemas da fome, da pobreza, da injustiça e de conflitos.
Na verdade, lembramos em 2014 que um século se passou desde o início da Primeira Guerra Mundial, mas ainda não aprendemos todas as lições que surgiram da perda daquelas milhões de vidas de cem anos atrás.
Ainda há conflitos em que centenas de milhares de pessoas inocentes perdem suas vidas. Muitas famílias passaram a ser refugiados na Síria, em Gaza e no Iraque. Ainda há meninas que não têm liberdade para ir à escola no norte da Nigéria. No Paquistão e no Afeganistão vemos pessoas inocentes sendo mortas em ataques suicidas e explosões de bombas.
Muitas crianças na África não têm acesso à escola por causa da pobreza.
Muitas crianças na Índia e no Paquistão são privadas de seu direito à educação por conta de tabus sociais, ou forçadas ao trabalho infantil e, no caso de meninas, a casamentos infantis.
Uma das minhas melhores amigas da escola, da mesma idade que eu, sempre foi uma menina corajosa e confiante, que sonhava um dia se tornar uma médica. Mas seu sonho continuou a ser um sonho. Aos doze anos ela foi forçada a se casar, tendo um filho logo em seguida, numa idade em que ela própria era ainda uma criança — apenas catorze anos. Eu sei que a minha amiga teria sido uma médica muito boa.
Mas ela não pôde… porque era uma menina.
Sua história é a razão pela qual eu dedico o dinheiro do Prêmio Nobel para o Fundo Malala, para ajudar a dar às meninas de toda parte uma educação de qualidade e convocar os líderes a ajudar meninas como eu, Mezun e Amina. O primeiro lugar para onde esse financiamento será aplicado é lá onde reside meu coração, para construir escolas no Paquistão — especialmente na minha terra natal de Swat e Shangla.
Na minha própria aldeia ainda não existe uma escola secundária para meninas. Eu quero construir uma, para que minhas amigas possam ter uma educação e a oportunidade que isso traz na realização de seus sonhos.
É por lá que irei começar, mas não é por lá que irei parar. Vou continuar esta luta até ver todas as crianças na escola. Eu me sinto muito mais forte depois do ataque que sofri, porque eu sei que ninguém pode me parar, ou nos parar, porque agora somos milhões, lutando juntos.
Queridos irmãos e irmãs, grandes pessoas que trouxeram mudanças, como Martin Luther King e Nelson Mandela, Madre Teresa e Aung San Suu Kyi, que passaram todos por este palco, espero que os passos que Kailash Satyarthi e eu percorremos até aqui, e que ainda daremos nessa jornada, também tragam mudança — mudança duradoura.
Minha grande esperança é que esta seja a última vez que tenhamos que lutar pela educação de nossos filhos. Queremos que todos se unam em apoio a nossa campanha para que possamos resolver isso de uma vez por todas.
Como eu disse, já demos muitos passos na direção certa. Chegou a hora de dar um salto.
Não é mais o caso de convencer os governantes do quão importante é a educação — isso eles já sabem, seus próprios filhos estão em boas escolas. A hora agora é de convocá-los a agir.
Pedimos aos líderes mundiais que se unam para fazer da educação a sua principal prioridade.
Há quinze anos, os líderes mundiais chegaram a um consenso sobre um conjunto de metas globais, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Nos anos que se seguiram, testemunhamos alguns progressos. O número de crianças fora da escola foi reduzido à metade. No entanto, o mundo se concentrou apenas na expansão do ensino fundamental e o progresso não chegou a todos.
No próximo ano, em 2015, representantes de todo o mundo se reunirão na Organização das Nações Unidas para decidir sobre o próximo conjunto de metas, os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. Isto irá definir a ambição do mundo para as gerações vindouras. Os líderes devem aproveitar essa oportunidade para garantir uma educação fundamental e secundária gratuita e de qualidade para cada criança.
Alguns dirão que isso é impraticável, ou muito caro, ou muito difícil. Ou mesmo impossível. Mas é hora de pensar grande.
Queridos irmãos e irmãs, o chamado mundo dos adultos pode compreender isso, mas nós, as crianças, não. Por que os países que chamamos de “fortes” são tão poderosos em criar guerras, mas tão fracos em trazer a paz? Por que fornecer armas é tão fácil, mas doar livros é tão difícil? Por que fabricar tanques é tão fácil, mas construir escolas é tão difícil?
Vivemos na era moderna, o século XXI, e passamos a acreditar que nada é impossível. Chegamos à Lua e talvez em breve pousaremos em Marte. Então, neste século, temos de insistir em que o nosso sonho de uma educação de qualidade para todos também se torne realidade.
Por isso deixem-nos levar igualdade, justiça e paz para todos. E não apenas os políticos e os líderes mundiais, todos precisamos contribuir. Eu. Vocês. É nosso dever.
Ao trabalho, então… sem esperar.
Apelo às crianças como eu a levantar-se em todo o mundo.
Queridos irmãos e irmãs, que nos tornemos a primeira geração a decidir ser a última [a ficar fora da escola].
As salas de aula vazias, as infâncias perdidas, o potencial desperdiçado — que tudo isso se encerre conosco.
Que esta seja a última vez que um menino ou uma menina desperdice sua infância em uma fábrica.
Que esta seja a última vez que uma garota seja obrigada a se casar na infância.
Que esta seja a última vez que uma criança inocente perca a vida na guerra.
Que esta seja a última vez que uma sala de aula permaneça vazia.
Que esta seja a última vez que se diga a uma menina que a educação é um crime e não um direito.
Que esta seja a última vez que uma criança permaneça fora da escola.
Que comecemos nós a encerrar essa situação.
Que sejamos nós a dar um fim a isto.
Que comecemos a construir um futuro melhor, aqui, agora.
Obrigada.


Em outubro de 2012, Malala Yousafzai foi perseguida pelo Talibã e atingida na cabeça por um tiro quando voltava de ônibus da escola. Contrariando as expectativas, ela sobreviveu e agora continua sua campanha por educação por meio do Fundo Malala, uma organização sem fins lucrativos de apoio educacional em comunidades ao redor do mundo. Sua história de luta pela educação é contada no livro Eu sou Malala, em co-autoria com a jornalista Christina Lamb, que ganhará uma edição juvenil em 2015 pela Editora Seguinte.


Veja também a notícia no link:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/12/malala-yousafzay-e-kailash-satyarthi-recebem-formalmente-o-nobel-da-paz.html



terça-feira, 19 de agosto de 2014

A Rosa Branca na TV Câmara

Bela entrevista das professoras Juliana Perez (USP) e Tinka Reichmann (USP) sobre o projeto de tradução do livro "A Rosa Branca" de Inge Scholl (Editora 34) - TV Câmara - SP - 15/08/2014

“Mas podemos chamá-los de heróis? Eles não fizeram nada de sobre-humano. Defenderam algo simples, lutaram por algo simples: pelos direitos, pela liberdade e pelo desenvolvimento livre do indivíduo, por uma vida livre. Eles não se sacrificaram por nenhuma ideia extraordinária, não perseguiram grandes objetivos; o que queriam era que pessoas como eu e você pudessem viver em um mundo humano. E talvez esteja aí a sua grandeza, em terem lutado e arriscado suas vidas por algo tão simples, em terem tido forças para defender o direito mais básico com sacrifício último. Talvez seja mais difícil lutar por uma boa causa e entregar a ela sua vida de modo individual e solitário, sem respaldo de alguma organização, sem nenhum tipo de obrigação, sem grandes ideais, sem entusiasmo geral. Talvez o verdadeiro heroísmo consista justamente nisso: em defender, com persistência, o cotidiano, o pequeno, o imediato, depois de ter se falado tanto em grandes temas.” Inge Scholl 

(Trecho transcrito do vídeo)

Vale muito a pena assistir!



segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Ele salvou 669 crianças durante a 2ª Guerra

Sir Nicholas Winton foi o responsável por organizar uma operação de resgate que salvou 669 crianças de campos de concentração nazista. Elas foram levadas em segurança até a Inglaterra entre os anos de 1938 e 1939. Depois da 2ª Guerra Mundial o feito de Nicholas permaneceu desconhecido, foi só em 1988 que sua esposa Grete descobriu um velho livro de 1939 com os nomes e as fotos de todas essas crianças.

A reportagem abaixo conta a história de Sir Nicholas e mostra uma emocionante homenagem recebida em um programa de TV inglês. 



segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dom Helder Câmara: o mestre da paz


Em uma semana difícil, em que a violência camuflada mostrou sua força com a queda do viaduto em Belo Horizonte, trazemos, hoje, o documentário de um grande homem do Brasil para servir de esperança. Dentro de um clima que parece querer nos convencer de que "o mundo não tem jeito mesmo", indicamos que conheçam a vida de Dom Helder Câmara, que, dizendo sim ao seu ideal, transformou a vida de muitas pessoas e foi aclamado pelo mundo.

Defensor de uma igreja simples, e altamente crítico com relação a posições conservadoras da mesma, foi consagrado padre aos 22 anos, com uma licença extraordinária, porque não possuía a idade mínima. Chegou a ser diretor do departamento de Educação de Ceará, bispo auxiliar no Rio de Janeiro e finalmente arcebispo de Olinda e Recife, onde entrou em choque com a Ditadura Militar. Criou a Cruzada São Sebastião, que visava oferecer moradia digna aos favelados cariocas, que serviu de estímulo para a construção de outros complexos habitacionais, e instituiu o Banco da Providência, em 1959, que tinha como objetivo ajudar os que viviam em condições precárias. Elaborou vários projetos e instituições, muitas delas não-governamentais, voltadas para combater a fome no Nordeste, e defendia os ideais cristãos de humildade e caridade.

Foi o único brasileiro indicado quatro vezes ao Nobel da Paz, mas o governo militar brasileiro fazia uma silenciosa campanha contra a sua premiação. Em fevereiro de 1974, entidades de vários países como Alemanha, Holanda, Suécia, Bélgica e Dinamarca  agraciaram Dom Helder com Prêmios Populares da Paz, como um tipo de resposta pela não-premiação pelo Nobel. Com o dinheiro, aproximadamente 300 mil dólares, foi comprado um engenho, de 810 hectares, para promover assentamentos rurais.

"Simplicidade, coragem, alegria. Visão não-preconceituosa do mundo. Dom Helder foi, provavelmente, a pessoa que mais sofreu com a censura no Brasil. Durante certo período, nenhum veículo de comunicação – jornais, rádios, televisões – poderia sequer aludir ao nome do corajoso religioso. Dele se dizia, com muita verdade, que foi o mais violento dos bispos, sem nunca ter sido violento. Sua violência, claro, era a coragem, numa época em que ter coragem podia significar a morte." Felipe Peixoto Braga Netto

Esperamos que Dom Helder Câmara possa servir de inspiração para a nossa coragem. Não sigamos distraídos.

Fonte: http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=1336 (aqui é possível acessar uma mini biografia de Dom Helder Câmara)



Parte 2
Parte 3

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Não-Violência ativa: Sebastião Salgado

No TED intitulado “The silent drama of photography” (O silencioso drama da fotografia), o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado conta sua trajetória e aborda uma questão que, hoje, vai muito além da sua fotografia: a preservação ambiental.
Um relato que nos mostra a capacidade da transformação da aridez em abundância de vida, a potência construtiva das ações não-violentas que geram beleza. Um vídeo que nos inspira a construir pela paz.

Assista aqui: 



domingo, 1 de junho de 2014

Da violência à Beleza

Palestra "Poética da comunidade: da violência à beleza, um itinerário de pesquisa e intervenção estética na periferia de Salvador" foi ministrada pelo Prof. Dr. José Eduardo Ferreira Santos, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento ocorreu na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no dia 10/04/2014, organizado pelo Laboratório de Análise de Processos em Subjetividade (LAPS), sob coordenação do Prof. Dr. Miguel Mahfoud (UFMG).







sábado, 24 de maio de 2014

Trecho de Alfredinho

Segue abaixo um trecho do livro À sombra de Nabuco, de Alfredinho Kunz, que nos faz retomar a dignidade do ser humano ridicularizado.



            "Havia em Quebec, Canadá, um desenhista famoso que quase todos os dias fazia a caricatura do primeiro-ministro daquela época, Maurice Duplessis. Todas as vezes apareciam ao lado do ministro dois ou três urubus esperando, pelo menos, que ele desaparecesse do governo.
            No dia da morte do primeiro-ministro, o mesmo desenhista fez um retrato a lápis de seu inimigo político. Dessa vez a imagem revelava grande dignidade.
            Assim deveria ser sempre. A caricatura ridiculariza a pessoa e provoca a rejeição. Quando se apresenta um rico é sempre com os dentes fora da boca, bem barrigudo, as mãos segurando um saco de dólares e a cabeça coberta com um chapéu de três andares.
            No caso de policiais,  a imagem é sempre de homens dando cassetadas na cabeça de manifestantes. Será que é só isso que todos os policiais fazem? Por que não representá-los levando um ferido ao pronto-socorro?
            O padre só é reconhecido usando uma batina do século passado; quanto ao pobre, só pode ser reconhecido se tem roupas esfarrapadas que mal cobrem seu corpo esquelético.
            Em nossas lutas vamos resistir: resgatar a dignidade do ser humano ridicularizado.
            Dizia o escritor Michel Quoist: "O homem, por mais mesquinho que seja, merece respeito, exige respeito, pela dignidade do homem!".
            O pai do padre Oliva era alcoólatra. Trabalhando muito, a mãe criou os doze filhos. Quando um deles fazia crítica ela cortava a queixa dizendo: "É o seu pai!".
            Tratando Nabuco com dignidade vou obrigá-lo a me receber também como pessoa."

(KUNZ, Frédy. À sombra de Nabuco. São Paulo: Loyola, 1997, pp. 35-36.)


sábado, 17 de maio de 2014

Alfredinho Kunz


Iniciamos aqui a primeira postagem de várias que faremos sobre esse militante da Paz.


Ele viveu entre nós

"Salão do Sindicato dos Cozinheiros de Paris, início da década de 40. 0 presidente indaga quantos trabalhadores tem um mês de férias por ano. Uns tantos se levantam. Quem tem apenas uma semana de descanso. Uns poucos ficam de pé. Quem só obtém licença do patrão para descansar apenas no fim de semana. Outro punhado de pé. Quem nunca descansa? Um rapaz suíço, com pouco mais de um metro e meio de altura, levanta-se ao fundo. Era Alfredo Kunz, um militante cristão.

Meses depois, Alfredinho, como era conhecido, foi mobilizado pelo Exército francês para lutar contra o avanço das tropas de Hitler. Aprisionado, passou a guerra num campo de concentração na Áustria, ao lado de prisioneiros soviéticos. Aprendeu russo para pregar o Evangelho a seus companheiros de infortúnio. Em 1945, logrou fugir do campo, onde morreram cerca de 40 mil pessoas. Estranhou a indiferença dos soldados nazistas que cruzavam com ele, um notório evadido, com uniforme azul e cabeça raspada. Naquele dia, a guerra terminara.

Alfredinho tomou três decisões: tornar-se padre, trabalhar com os mais pobres entre os pobres e jamais vestir outra roupa que não reproduzisse o modelo do uniforme do campo, em memória de seus companheiros mortos.

Ingressou na congregação dos Filhos da Caridade e, a convite de dom Antônio Fragoso, em 1968 veio para a Diocese de Crateús (CE). Perguntou ao bispo qual era a paróquia mais miserável da diocese. Dom Fragoso apontou Tauá, região de seca e flagelo. Alfredinho instalou-se na capela local. Desprovida de casa paroquial, ele dormia no colchão estendido junto ao altar e cozinhava num fogareiro.

Certa noite, foi chamado para atender uma prostituta que, cancerosa, agonizava em seu barraco de taipa, na zona boêmia. Antonieta queria confessar-se. Padre Alfredinho disse a ela: "Somos nós que devemos pedir perdão a você. Perdão pelos pecados de uma sociedade que não Ihe ofereceu outra alternativa de vida. Como Jesus prometeu, Antonieta, você nos precederá no Reino de Deus. Interceda por nós."

Após receber a absolvição e a unção dos enfermos, a mulher faleceu. Não havia dinheiro para o caixão. As prostitutas enrolaram a companheira num lençol e arrancaram a porta de madeira do barraco para levar o corpo à vala comum do cemitério. Ao retornar para colocar a porta no lugar, Alfredinho teve uma inspiração. Durante anos, o vigário de Tauá habitou aquele casebre em plena zona boêmia da cidade.

Num tempo de seca, os flagelados invadiam as cidades do Ceará. Temerosos, muitos fechavam as portas. Alfredinho criou a campanha da Porta Aberta ao Faminto (PAF), cartaz que cerca de 2 mil famílias ostentaram em suas casas, acolhendo as vítimas do descaso do poder público.

Fomos amigos e bebi de sua espiritualidade. Barbado, vestido com a roupa azul que lembrava um macacão, sandálias nos pés e mochila nas costas, o aspecto de Alfredinho não diferia do de um mendigo. Convidado a pregar o retiro dos franciscanos, em Campina Grande, chegou de madrugada e dormiu na escada da igreja do convento. Ao acordar, catou as moedas que encontrou em volta e bateu a porta. "Quero falar com o superior", disse ao porteiro. "O superior não pode atender. Está em retiro." Alfredinho tentou esclarecer: "Sim, eu sei, pois vim pregar o retiro." O porteiro já ia expulsá-lo quando Alfredinho foi reconhecido por um frade que passava.

Testemunhei fato idêntico em Vitória, nos anos 70. A cozinheira interrompeu meu jantar com dom João Batista da Motta Albuquerque para comunicar: "Um mendigo insiste em falar com o senhor." O arcebispo reagiu: "Diga a ele que espere, minha filha. Vou atende-lo após o jantar." Era o padre Alfredinho, que viera pregar o retiro do clero local.

Em 1988, Alfredinho mudou-se para a Favela Lamartine, em Santo André (SP). Passou a viver entre o povo da rua e a dedicar-se a confraria que fundou, a Irmandade do Servo Sofredor (Isso), hoje congregando pessoas consagradas aos mais pobres em dez Estados do Brasil e vários países. Sua trajetória espiritual entre os excluídos está narrada em seus livros, muitos traduzidos no exterior: A sombra do Nabucodonosor, A Ovelha de Urias, A Burrinha de Balaão, A Espada de Gedeão e O Cobrador.

No domingo, 13 de agosto, Alfredinho transvivenciou, acolhido por Aquele que era o seu caso de Amor. Deixou como herança o testemunho de que uma Igreja afastada do pobre é uma Igreja de costas para Jesus."


(Texto de Frei Betto)

  Alguns fatos sore a vida de Frédy Kunz

9 Fev 1920 Nasceu em Berna (Suíça), filho de Frederic e Anna, trabalhadores de uma pedreira.

1926 Emigram para a França procurando melhor vida e trabalho.

1931 Aos 11 anos, começa a trabalhar num hotel como cozinheiro. Chegava a trabalhar 15 horas por dia.

1935 Ingressou na JOC (Juventude Operária Católica), e gostou muito da leitura da bíblia.

1939 Começou a pensar que algum gostaria de ser sacerdote, mas logo nesse ano teve inicio a II Guerra Mundial. Seu pai era contrário a sua vontade de ser padre, e então Frédy se alistou como voluntário no exército francês. Combateu contra os alemães. Foi preso e levado para o campo de concentração na Áustria, trabalhando como cozinheiro. No campo de concentração iniciou um círculo de leitura da bíblia, junto com outro prisioneiro protestante. Atendiam os doentes e os curavam.

1945 Entra no Seminário depois de terminada  a Guerra, em Fontgombault (França), acompanhado pelos Filhos da Caridade.

1954 Foi ordenado sacerdote em Paris, e depois foi trabalhar para o Canadá, num bairro de operários.

1968 Desejoso de trabalhar em países mais pobres, veio para o Brasil, na cidade de Crateús. Começou a viver com os pobres que eram vítimas do sistema de fazendas naquela região semi-árida. O sofrimento que ele mesmo viveu na sua vida, e que partilhou com tantos pobres, o levou a meditar cada vez mais no SERVO SOFREDOR, figura profética do livro de Isaías.

1968-1971 Viveu três anos no bairro da prostituição de Crateús, onde atendia todos os mais pobres, no barraco da falecida Antonieta.

1977 Cria um pequeno grupo que deseja fazer retiros espirituais com o Pe. Alfredinho, e crescer na espiritualidade do Servo Sofredor.

1979 Alfredinho, no tempo de ditadura e repressão dos pobres que chegavam à cidade procurando alimento, animou a campanha de acolhimento, com o lema “Fraternidade sim, violência não!

1988 Tem problemas contínuos de saúde, e foi viver para a favela Lamartine.

1995-1997 Animado pela campanha da Fraternidade que procurava acolher os excluídos, pediu a bênção ao  bispo de Santo André, e foi viver com os moradores de rua em SP. Ao longo destes anos um grupo de gente se vai associando ao Pe. Alfredinho, formando assim a Irmandade do Servo Sofredor.

Ago 2001 Devido a insuficiência cardíaca, morreu no dia 12 de Agosto.


(Texto nosso baseado no link: http://juventudespedrospaulo.blogspot.com.br/2011/05/padre-alfred-kunz-conhecido-como-pe.html)

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Nobel da paz: Aung San Suu Kyi (e sugestão de filme)

       Pretendemos, ao longo do blog, mostrar quem são e o que fizeram/fazem os agraciados com o Prêmio Nobel da Paz. A primeira a ocupar esta categoria em nosso espaço é Aung San Suu Kyi, uma política de oposição de Mianmar (antiga Birmânia) e secretária geral da Liga Nacional da Democracia (LND). Filha de Aung San, que conduziu o país à independência dos colonizadores britânicos e foi assassinado quando ela tinha apenas dois anos, Suu Kyi abraçou o legado do pai e é um dos maiores nomes de resistência pacífica de nosso tempo. Ganhadora do Prêmio em 1991, a ativista só o teve nas mãos em 2012, devido à prisão domiciliar que cumpria na época e na qual permaneceu por mais de 15 anos, resistindo a uma das mais violentas ditaduras do mundo. Apenas em 2010, quando os militares deixaram o poder, houve alguma abertura em Mianmar, Aung San Suu Kyi foi libertada e pôde enfim exercer um mandato em uma vaga do Parlamento. A ativista pretende se candidatar às eleições presidenciais de 2015. Mantendo e defendendo atitudes não-violentas e dotada de uma firmeza permanente que inclui renúncia, dor e luta - sem armas - a serviço da paz, a “Orquídea de aço[1]” Suu Kyi é uma fonte de inspiração para todos que procuram construir algo no mundo.
 
“Quando me encontrei com os trabalhadores migrantes e refugiados birmaneses durante a minha recente visita Tailândia, muitos gritavam: "Não se esqueçam de nós!". Queriam dizer: "não se esqueça de nosso sofrimento, não se esqueça de fazer o que puder para nos ajudar, não se esqueça que também pertencem ao seu mundo.” Quando o Comitê do Nobel concedeu o Prêmio da Paz para mim eles estavam reconhecendo que os oprimidos e os isolados na Birmânia também faziam parte do mundo, eles estavam reconhecendo a unidade da humanidade. Então, para mim, receber o Prêmio Nobel da Paz significa pessoalmente estender minhas preocupações para a democracia e os direitos humanos além das fronteiras nacionais. O Prêmio Nobel da Paz abriu uma porta no meu coração.” Trecho do discurso de Suu Kyi, em 16 de junho de 2012, proferido ao ter nas mãos o prêmio (antes recebido simbolicamente por seu filho). Tradução nossa.
 
Sugestão de filme: The Lady (2011), ou Além da Liberdade, em português, é a nossa indicação de filme para quem quer ver um pouco mais da história de Suu Kyi transposta sob a direção de Luc Besson e a bela interpretação de Michelle Yeoh. Além disso, a música “Walk on”, da banda U2, foi feita em homenagem à nossa escolhida de hoje.


Mais informações: http://www.dw.de/aung-san-suu-kyi-uma-vida-dedicada-a-mianmar/a-17559460
 
Discurso inteiro - vídeo (em inglês): http://www.nobelprize.org/mediaplayer/index.php?id=1809

Discurso inteiro – texto (em inglês): http://www.nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1991/kyi-lecture_en.html

[1] Termo usado pela revista Time, em 1991, quando Suu Kyi ganhou o prêmio através de seu filho. Ela recebeu esse nome devido à orquídea que sempre usa em seu cabelo.
 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

A Rosa Branca: Resistência, Cultura e Memória

Divulgamos aqui esse belo evento que acontecerá dia 15 de maio em São Paulo. 
As informações e a programação seguem abaixo.

Buscamos um breve texto para introduzir um pouco o que foi o movimento Rosa Branca:


Dos alemães que se opuseram à ditadura de Hitler, pouquíssimos grupos protestaram abertamente contra o genocídio dos judeus. O movimento “Rosa Branca” foi fundado em junho de 1942 pelo estudante de medicina na Universidade de Munique, de 24 anos, Hans Scholl, sua irmã Sophie, de 22, e Christoph Probst, de 24. Embora não se saiba porque escolheram o nome “Rosa Branca” para seu movimento, especula-se que ela significava a pureza e a inocência frente à maldade. Hans, Sophie e Christoph estavam indignados pelo fato de que os alemães bem instruídos tinham aceito as políticas nazistas sem contestar. Eles distribuíram panfletos contra o nazismo e pintaram slogans como “Liberdade!” e “Fora Hitler!” nas paredes da universidade. Em fevereiro de 1943, Hans e Sophie Scholl foram apanhados distribuindo panfletos, e detidos. Juntamente com seu amigo Christoph, foram executados quatro dias depois. As últimas palavras do jovem Hans foram “Viva a liberdade!”
(retirado do site: "Holocausto: Um Local de Aprendizado para Estudantes")


A Rosa Branca 
RESISTÊNCIA, CULTURA E MEMÓRIA 
15 maio | quinta-feira |14h00 às 19h30 

Tenda cultural Ortega y Gassetrua do anfiteatro, s / n (praça do relógio) 
Cidade universitária | São Paulo 

>>14h às 14h45 
Encenação teatral
Pétalas vivas de Rosa Branca
Direção: Leslie Marko 

>>14h45 às 17h 
Mesa-redonda
A história dos estudantes 
alemães que desafiaram Hitler

Profs. Drs. Juliana Pasquarelli Perez, Maria 
Luiza Tucci Carneiro, Rainer Schmidt, Tinka 
Reichmann | Mediação: Cide Piquet 

>>17h às 17h30
Exposição 
A Rosa Branca
A resistência de estudantes contra Hitler 
Munique 1942 / 43

Coffee Break 

17h30 às 19h30
Filme
A Rosa Branca

Direção: Michael Verhoeven 
Alemanha | 1992 | 123 min. | Drama | 
Livre | “Die Weiße Rose” | Alemão 
(legendas em português) 

domingo, 4 de maio de 2014

O que é a não-violência ativa: vídeo sobre sua história


"No mundo de hoje, a violência cresce e  se espalha por todos os campos, gerando um clima de medo, incerteza, asfixia e isolamento. Não se trata apenas de violência física, da guerra e da criminalidade. Existem também a violência econômica, racial, religiosa, psicológica, a violência domestica, familiar e a violência interna. Não-violência não é pacifismo, não é um simples slogan para manifestações, não é a atitude resignada de quem evita, por temor, o enfrentamento e a discussão. É uma grande filosofia de vida e uma metodologia de ação, que sempre foi inspirada em profundas condições morais e religiosas, e que hoje representa a única resposta coerente à espiral de violência que nos rodeia." (Texto do vídeo)

Iniciamos com este vídeo nosso trabalho de divulgação e proposta de um posicionamento pela não-violência ativa. Com ele queremos dar um primeiro passo, partindo de fatos históricos e movimentos para os quais a não-violência foi fonte de inspiração. Pretendemos, ao longo das postagens, traçar um caminho fundamentado e coerente que mostre que essas ações não estão encerradas no tempo e nem se limitam aos grandes nomes da nossa história, mas que estão presentes e suscitam atitudes pelo mundo hoje. Enquanto a violência grita nos meios de comunicação, queremos dar voz aos outros caminhos que existem e transformam nossa realidade de outra forma.


Este é o primeiro de uma sequência de 5 vídeos. Os links seguem abaixo:

Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=VPJUWl8S5K8
Parte 3: removida por direitos autorais
Parte 4: https://www.youtube.com/watch?v=YzAq8lF4X_I
Parte 5: https://www.youtube.com/watch?v=yrbeuHIGqoA

 Esperamos poder contribuir nessa causa! Sejam bem-vindos!