segunda-feira, 7 de julho de 2014

Dom Helder Câmara: o mestre da paz


Em uma semana difícil, em que a violência camuflada mostrou sua força com a queda do viaduto em Belo Horizonte, trazemos, hoje, o documentário de um grande homem do Brasil para servir de esperança. Dentro de um clima que parece querer nos convencer de que "o mundo não tem jeito mesmo", indicamos que conheçam a vida de Dom Helder Câmara, que, dizendo sim ao seu ideal, transformou a vida de muitas pessoas e foi aclamado pelo mundo.

Defensor de uma igreja simples, e altamente crítico com relação a posições conservadoras da mesma, foi consagrado padre aos 22 anos, com uma licença extraordinária, porque não possuía a idade mínima. Chegou a ser diretor do departamento de Educação de Ceará, bispo auxiliar no Rio de Janeiro e finalmente arcebispo de Olinda e Recife, onde entrou em choque com a Ditadura Militar. Criou a Cruzada São Sebastião, que visava oferecer moradia digna aos favelados cariocas, que serviu de estímulo para a construção de outros complexos habitacionais, e instituiu o Banco da Providência, em 1959, que tinha como objetivo ajudar os que viviam em condições precárias. Elaborou vários projetos e instituições, muitas delas não-governamentais, voltadas para combater a fome no Nordeste, e defendia os ideais cristãos de humildade e caridade.

Foi o único brasileiro indicado quatro vezes ao Nobel da Paz, mas o governo militar brasileiro fazia uma silenciosa campanha contra a sua premiação. Em fevereiro de 1974, entidades de vários países como Alemanha, Holanda, Suécia, Bélgica e Dinamarca  agraciaram Dom Helder com Prêmios Populares da Paz, como um tipo de resposta pela não-premiação pelo Nobel. Com o dinheiro, aproximadamente 300 mil dólares, foi comprado um engenho, de 810 hectares, para promover assentamentos rurais.

"Simplicidade, coragem, alegria. Visão não-preconceituosa do mundo. Dom Helder foi, provavelmente, a pessoa que mais sofreu com a censura no Brasil. Durante certo período, nenhum veículo de comunicação – jornais, rádios, televisões – poderia sequer aludir ao nome do corajoso religioso. Dele se dizia, com muita verdade, que foi o mais violento dos bispos, sem nunca ter sido violento. Sua violência, claro, era a coragem, numa época em que ter coragem podia significar a morte." Felipe Peixoto Braga Netto

Esperamos que Dom Helder Câmara possa servir de inspiração para a nossa coragem. Não sigamos distraídos.

Fonte: http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=1336 (aqui é possível acessar uma mini biografia de Dom Helder Câmara)



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