Em uma semana difícil, em que a violência camuflada mostrou
sua força com a queda do viaduto em Belo Horizonte, trazemos, hoje, o
documentário de um grande homem do Brasil para servir de esperança. Dentro de
um clima que parece querer nos convencer de que "o mundo não tem jeito
mesmo", indicamos que conheçam a vida de Dom Helder Câmara, que, dizendo
sim ao seu ideal, transformou a vida de muitas pessoas e foi aclamado pelo
mundo.
Defensor de uma igreja simples, e altamente crítico com
relação a posições conservadoras da mesma, foi consagrado padre aos 22 anos,
com uma licença extraordinária, porque não possuía a idade mínima. Chegou a ser
diretor do departamento de Educação de Ceará, bispo auxiliar no Rio de Janeiro
e finalmente arcebispo de Olinda e Recife, onde entrou em choque com a Ditadura
Militar. Criou a Cruzada São Sebastião, que visava oferecer moradia digna aos
favelados cariocas, que serviu de estímulo para a construção de outros
complexos habitacionais, e instituiu o Banco da Providência, em 1959, que tinha
como objetivo ajudar os que viviam em condições precárias. Elaborou vários
projetos e instituições, muitas delas não-governamentais, voltadas para
combater a fome no Nordeste, e defendia os ideais cristãos de humildade e
caridade.
Foi o único brasileiro indicado quatro vezes ao Nobel da
Paz, mas o governo militar brasileiro fazia uma silenciosa campanha contra a
sua premiação. Em fevereiro de 1974, entidades de vários países como Alemanha,
Holanda, Suécia, Bélgica e Dinamarca
agraciaram Dom Helder com Prêmios Populares da Paz, como um tipo de
resposta pela não-premiação pelo Nobel. Com o dinheiro, aproximadamente 300 mil
dólares, foi comprado um engenho, de 810 hectares, para promover assentamentos
rurais.
"Simplicidade, coragem, alegria. Visão
não-preconceituosa do mundo. Dom Helder foi, provavelmente, a pessoa que mais
sofreu com a censura no Brasil. Durante certo período, nenhum veículo de
comunicação – jornais, rádios, televisões – poderia sequer aludir ao nome do
corajoso religioso. Dele se dizia, com muita verdade, que foi o mais violento
dos bispos, sem nunca ter sido violento. Sua violência, claro, era a coragem,
numa época em que ter coragem podia significar a morte." Felipe Peixoto
Braga Netto
Esperamos que Dom Helder Câmara possa servir de inspiração
para a nossa coragem. Não sigamos distraídos.
Fonte:
http://www.domtotal.com.br/colunas/detalhes.php?artId=1336 (aqui é possível
acessar uma mini biografia de Dom Helder Câmara)
Parte 3
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